segunda-feira, 22 de novembro de 2010

la dernière chanson

Deveria saber este motivo, me ajudaria a entender o que me prende a você. A partir disso os devaneios que passo ao pensar em você estariam esclarecidos. Talvez seja o receio de que sem mim tu puderas ser mais vivo, mais adepto ao mundo, sua natureza exala essas virtudes e talvez a minha almeje-as. Seria eu movido por este sentimento que abomino tanto? Sentimento que parece partir de você e não de mim? Creio que seja sua acomodação e facilidade com os caminhos que escolhe o motivo deste devaneio inóspito que me leva a pensar em um simples e indolor fim. Seria eu acomodado em ter-te mas desiludido ao ver o que tu és? Me sinto seguro e confiante ao pensar assim. Resumo estes breves pensamentos: me agrada ter uma companhia mas me enoja o seu ser, falsamente corrompido.

4 comentários:

  1. Belo texto, Vitor. Clarrice Lispector dizia que, para se escrever, não poderia ter medo.
    E não tens.
    Abraço
    blog
    Site Comunidade Literária Benfazeja

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  2. me agrada ter uma companhia mas me enoja o seu ser, falsamente corrompido...

    entendo!

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  3. Diante de certas circunstâncias, o caráter revigorador que há na companhia não suplanta a integridade que mantemos no momento de solidão; mas ainda há quem ainda encontre entrelinhas inexistentes nessa equação...

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  4. Este é o tipo de blog que logo logo dará um livro! Parabéns!

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